As empresas precisam realizar ações de cunho socioambiental? A resposta é bastante controversa.

As escolas de gestão em geral apregoam que se a empresa consome recursos da região e da comunidade, é de sua responsabilidade devolver em forma de benefício social ou ambiental para melhorar as condições da localidade. As iniciativas são as mais variadas, desde o simples donativo a instituições carentes à manutenção de programas que prestam assistência a pessoas necessitadas e reservas de proteção ambiental.

Neste sentido, as empresas obtêm retornos de longo prazo com as ações de melhoria da qualidade de vida da população, não como objetivo direto de suas ações socioambientais, mas antes pela consequência que esforços bem intencionados tendem a provocar para aqueles que os promovem. O foco das ações não é o retorno financeiro propriamente dito, mas o cumprimento de um dever inerente ao funcionamento da empresa.

Outra vertente composta por estudiosos consagrados em Administração advoga que a responsabilidade da empresa é eminentemente gerar resultados financeiros e assim pagar rigorosamente os tributos e cumprir com suas obrigações trabalhistas.

A presunção é a de que o Estado é o único responsável em criar e manter os serviços de proteção social e de conservação ambiental. Os impostos recebidos são os meios pelos quais se cumpre o esperado.

Os argumentos são bastante consistentes para ambos os lados. Portanto, o mais recomendável é procurar atender a ambas as condições, a de obter resultado financeiro pelo apoio real à comunidade.

Em serviços de consultoria financeira é comum observar empresas que fazem doações periódicas a instituições carentes e que mal aparecem em seus registros de fluxo de caixa. O pensamento parece ser de que a exposição da boa ação diminui seu valor filantrópico. Não deveria ser assim.

A empresa pode realizar investimentos para benefício da população mais diretamente envolvida com a empresa e mesmo assim obter retornos financeiros pelas iniciativas. Há um grande conjunto de empresas que se beneficiam financeiramente de suas ações socioambientais. O maior desafio é o de relacionar seus valores institucionais ou características dos produtos vendidos àqueles observados pela população como algo construtivo para a sociedade e para o meio ambiente.

Dessa forma, a empresa aumenta seu valor no mercado tanto pelo lado financeiro quanto pela imagem que transmite ao público em geral.

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